segunda-feira, 4 de abril de 2011

Chegamos ao Fim da Canção II

Meus queridos,

Escrevo estas linhas pouco tempo depois de mais uma vitória (histórica) do Futebol Clube do Porto.

Obrigado.

(Há quem diga recorrentemente não compreender o fenómeno, as paixões que suscita, os comportamentos associados, comentário esse que, em boa verdade, nada tem de novo. Mas, como em certas coisas na vida, não tem de haver explicação para tudo. Não peço que compreendam, tal não vos é exigível.

Reconheço não ser igualmente capaz de perceber o prazer (quase tântrico) que certas pessoas retiram ao comer, por exemplo, queijo ou chocolate, ou ainda ao comprar um determinado par de sapatos ou camisas. Uns - com aquela sobranceria tipicamente laica - chamam-lhe religião, outros - com aquela sobranceria tipicamente intelectualóide - boçalidade, eu chamo-lhe simplesmente amor.)

Há cerca de quatro meses iniciei este registo de coisas mundanas sabendo perfeitamente que havia cedido à tentação de achar que tinha alguma coisa para dizer e que o mundo devia ler o que penso / escrevo.

Caí, portanto, naquilo que criticava em muitos: deixar o ego falar mais alto e entorpecer a realidade das coisas (e o seu valor); julgar ter direito a escrever e a ser lido indepentemente da qualidade da escrita e da correspondente leitura.

Sucede, porém, que hoje - e de uma forma tão natural e simples que quase me envergonhou - me lembrei disso mesmo.

Voltarei quando tiver alguma coisa realmente importante a dizer e que valha a pena ser lida.

E paro um pouco para dormir.

Do sempre vosso,

Indieotta

7 comentários:

  1. "Fala-me um pouco mais,
    Era tão bom ficar.."

    Vá,

    " Mata-me outra vez."

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  2. Já pensei o mesmo 539 vezes. Continuei - vou continuando - a escrever porque tu me lês e a Carvalho me lê e o Zé me lê e o Tiago me lê... e assim perdoamo-nos um bocadinho os jantares que não fazemos e os cafés que não tomamos.

    Nós não somos bloggers. Somos gente que tem um blog.

    E foda-se, deixa-te de putaria, tu escreves p'ra caralho. Continua a escrever sempre que te apetecer. Temos todos a ganhar.

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  3. essas pessoas são as mesmas que não gostam de roberto carlos, por isso, têm a qualidade que têm.

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  4. http://www.youtube.com/watch?v=MrW6zP161QI

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  5. Escreve para aí seu filho de 30 putas, eu gosto de vos ler! Um dia destes ainda crio um blog loool

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  6. Javier Sicilia, poeta, nasceu na Cidade do México em 1956. Assassinaram o filho na semana passada. Javier renunciou definitivamente à poesia, dedicando o seu último poema ao filho, onde se pode ler isto: "o mundo já não é digno de palavra."

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  7. Luiz, caramba... Assim envergonhas-me pelos meus comentários cheios de palavrões e vazios de referências literárias. Vê lá se atinas.

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