Ele sentou-me à sua frente.
Agitava compulsivamente a colher na chávena do café (que já havia tomado) e fitava incessantemente a mesa.
Não tinha qualquer expressão na face.
E eu, como sempre faço, levei as minhas mãos à sua cara e, antes de lhe acariciar o rosto, obriguei-o a olhar-me nos olhos.
Ele, que não é dado à espontaneidade, provando o seu doce sabor, disse-me, fechando os olhos, com vergonha:
Acho que precisamos de um tempo.
Eu, que não sou dado à surpresa, sentindo a sua dureza, disse-lhe, desviando o olhar da sua presença:
Acho que devias ir para a puta que te pariu.
Até hoje.
Agradeço-te a franqueza, filho da puta.
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