segunda-feira, 16 de maio de 2011

Contador de Histórias - Parte II

A praça já o conhece. Quando ele se atrasa, fruto das tais demoras imputáveis aos semáforos, a praça começa a ficar impaciente, dá pela sua falta.

O seu lugar não é central, mas fica situado num local que todos (ou quase todos) que aí passam têm obrigatoriamente de percorrer - isto se não quiserem calcar os trilhos de relva que embelezam e dão cor à praça.
  
O local é sempre o mesmo e ele, nos termpos que correm, nem é obrigado a fazer um grande esforço de memória para o identificar com precisão.

Na verdade,  por força da utilização diária de uma espécie palanque e do crescente  peso que exerce quando se empoleira no dito objecto, a terra, naquele preciso local, encontra-se um pouco aterrada, afundada, compacta, circunstância altamente distintiva no meio daquele caminho irregular e acidentado. 

O arbusto perto do caminho de terra serve para guardar a velha caixa de madeira, daquelas de carregar fruta, que ele utiliza como palanque.

Todos os dias, sem excepção, num gesto automático e de precisão cibernética, ele  recolhe o palanque dos arbustos, dispõe-no no local de sempre, sobe para cima do dito cujo e conta a história.

Sempre a mesma história.

2 comentários:

  1. E qual é?

    E qual é?

    E qual é?




    E qual é?

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  2. Não perca o próximo episódio, porque nós também não. (Herbert e Richards)

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