A praça já o conhece. Quando ele se atrasa, fruto das tais demoras imputáveis aos semáforos, a praça começa a ficar impaciente, dá pela sua falta.
O seu lugar não é central, mas fica situado num local que todos (ou quase todos) que aí passam têm obrigatoriamente de percorrer - isto se não quiserem calcar os trilhos de relva que embelezam e dão cor à praça.
O local é sempre o mesmo e ele, nos termpos que correm, nem é obrigado a fazer um grande esforço de memória para o identificar com precisão.
Na verdade, por força da utilização diária de uma espécie palanque e do crescente peso que exerce quando se empoleira no dito objecto, a terra, naquele preciso local, encontra-se um pouco aterrada, afundada, compacta, circunstância altamente distintiva no meio daquele caminho irregular e acidentado.
O arbusto perto do caminho de terra serve para guardar a velha caixa de madeira, daquelas de carregar fruta, que ele utiliza como palanque.
Todos os dias, sem excepção, num gesto automático e de precisão cibernética, ele recolhe o palanque dos arbustos, dispõe-no no local de sempre, sobe para cima do dito cujo e conta a história.
Sempre a mesma história.
E qual é?
ResponderEliminarE qual é?
E qual é?
E qual é?
Não perca o próximo episódio, porque nós também não. (Herbert e Richards)
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